Papo de Canto

Papo de canto #04 – Fusão na dança do ventre.
A fusão na dança do ventre ou a “confusão” na dança do ventre?
Primeiro precisamos entender o conceito de fusão. O que significa fusão? Não apenas a etimologia da palavra, mas também onde encontramos esse termo, onde ele é usado.
Vamos utilizar como exemplo o conceito de fusão utilizado na química, pois creio que será bacana para entendermos a palavra. A fusão acontece quando dois elementos se combinam, transformando-se num novo elemento.
A partir desse exemplo, vamos trazer isso para a realidade do conceito de fusão na dança do ventre. Veja bem, quando que eu posso fazer uma fusão? Quando eu quiser? Não sei, vamos pensar?
Para eu fazer uma fusão eu preciso entender que os elementos precisam combinar. Ou seja, de alguma forma esses dois estilos de dança que eu estou tentando combinar na minha apresentação precisam conversar. E não porque eu acho que eles conversam, mais porque de fato eles conversam!
Então gente, por favor, vamos refletir sobre isso. Vamos pesquisar um pouquinho. Essa é a palavra do vídeo de hoje. A gente tem que pesquisar quando a gente quer fazer uma fusão. Pesquisar… “ah… essa dança árabe é de que lugar? E este lugar de alguma forma conversa com o lugar de onde eu quero fundir? Ou não? Só na minha cabeça”? Se é só na minha cabeça então não é uma fusão, é uma dança livre.
“E eu posso fazer uma dança livre”? É lógico que eu posso! Mas tenha consciência de que você está fazendo uma dança livre!
“Hum… Eu quero fazer uma fusão de música árabe com uma dança meio flamenca… Será que eu consigo? Claro que eu consigo”! Porque historicamente existiu uma “conversa” entre os povos árabes e os povos espanhóis. Logo, como os povos se conversam, as culturas se conversam e eu encontro aí esse funil de informações que vão me possibilitar fazer uma dança com elementos das duas culturas.
Outro exemplo: Quero fazer uma fusão de uma dança árabe com um pouco do forró. Posso? Vamos pensar sobre isso. Em algum momento essas culturas conversam? Será que o acordeom do baladi com a sanfona do forró conversam? Será que eu consigo uma boa fusão em relação a isso? Vamos pensar! “Tenho certeza daquilo que estou fazendo”? “Vou fazer”! “Agora, quero fazer uma fusão com tecnobregafunk que eu ouvi no rádio com uma música hiper tradicional”. Será que eles conversam? Pensem um pouco sobre isso!
A arte é ilimitada e eu posso fazer o que eu quiser, sim! Mas eu preciso ter consciência daquilo que eu estou fazendo, principalmente se eu sou professora! Não posso ensinar para os meus alunos que focinho de porco é tomada, quando ele não é!
Queridas professoras e queridas amantes da arte como um todo, a gente também precisa exercer um pouquinho a nossa crítica e encontrar por nós mesmas informações, se aquilo é ou não bacana para a gente. Não dá para a gente ficar sempre a mercê da opinião alheia. Fusão não é confusão!
Se você quer fazer uma fusão, então faça bem feito. Pesquise, se informe, tenha consciência daquilo que você está fazendo e se joga! Tenho certeza que vai ficar um arraso. Se você não tem certeza do que está fazendo, não sabe se uma coisa combina muito bem com a outra, não pesquisou… ok! Faça uma dança livre e tenha certeza de que você está expressando a sua arte individual. Será uma ótima dança e você contribuirá para diminuir as confusões acerca das fusões dentro da dança oriental.
Gostou desse Papinho de Canto? Deixe o seu comentário e vamos conversar mais sobre isso!
Tem algum outro tema que você queira conversar? Escreva aqui!!
Beijo grande, até o próximo papo!
Confira o vídeo deste Papo de Canto no meu Instagram: